Carta de Zélia ao Tenente Ernesto Monnerat
Transcrição do conteúdo original (detalhe: a borda preta da carta indica o luto de Zélia, que à época era viúva):
Rio, 10-5-1912
Ten. Ernesto Monnerat
Comprimento respeitosamente a VV.
Venho pedir a VV. a resposta sobre o meu desejo da fundação, ou não, do azilo no Carmo agora, pois as irmãs do Amparo de quem falei a VV. estão a espera do meu aviso para irem agora comigo. Eu devo ir no dia 20 ou 21 deste mes.
Peço a VV. que seja franco. Si desejas que eu as leve, e querem fazer o azilo escreverei a elas para irmos juntas nessa ocasião. Si VV. não quizer por qualquer motivo, paciencia, recusam tão grande beneficio que a Provincia lhes oferece, e serão responsáveis pelas consequências. Mas, terão suas razões!... Eu faço pelo meu lado o que posso, admirando-me até de ter montado o que nos parecia mais dificil uma congregação que quizesse ir para ai.
Si ante esta carta não tiver resposta, o silencio é siginificativo, e escreverei a elas, com bem pena, que nada podemos conseguir por enquanto. Mas, mais tarde, naturalmente não os teremos mais, pois irão fazer outra fundação em outra cidade mais feliz.
Sou de VV. muito atenta, grata e venerada.
Zélia Pedreira de Abreu Magalhães


